sábado, 15 de dezembro de 2012

carinho escocês


A minha primeira viagem para fora do pais foi longa, quase três meses, e começou por Londres e Edimburgo, capital da Escócia. Meu ex-professor de inglês era escocês,  morava em Edimburgo e, quando esteve no Rio e passou 4 dias lá em casa, insistiu para que fosse visitá-lo quando viajasse. Depois de alguns dias em Londres, cheguei bem no meio do Festival Internacional de Edimburgo – três semanas inteiras de música, teatro, cinema, dança, ópera, e várias outras expressões artísticas espalhadas pelos arredores do castelo, com gente de vários países, inclusive, do Brasil. Reconheci os conterrâneos porque eles estavam fantasiados de brasileiro (vestidos com a camisa da seleção, outros com a do Flamengo, do Palmeiras, do Vasco...).

performance na Royal Mile Street
Estávamos em agosto e a temperatura era de uns 10 graus, mais ou menos. Frio na medida certa. Cheguei às 6 da manhã e keith e Bill foram me buscar na rodoviária. A casa deles era grande e linda – tinha 3 andares, uns 5 quartos e duas salas bem grandes. Ele e Bill estavam querendo vendê-la e, para que ela saísse bem nas fotos, estavam, eles mesmos, redecorando: trocaram as cortinas, o carpete, o papel de parede, pintaram as portas e janelas...  O quarto onde fiquei era grande, tinha 3 camas, armário, mesa e duas cadeiras, poltrona, e era todo rosa – para uma menina! E era muito silencioso. Eu gostava de me deitar e ficar “ouvindo” aquele silêncio... Às vezes, ele era gritante.

Ali, fiquei uma semana inteira.  Acordava, tomava café e ia ao parque com o cachorro. Dava bom dia para o jornaleiro, conversava com os velhinhos no parque - assim que eu gosto de viajar, sem pressa, me misturando aos moradores. Quando voltava do parque, tomava um banho e pegava um ônibus para a Princess Street, rua principal do festival.  No trajeto de 10 minutos, eu não me cansava de observar o cuidado do motorista com as velhinhas que subiam. Ele parava o ônibus completamente junto da calçada e, muitas vezes, saía do seu lugar para ajudá-las. E só “arrancava” depois que elas se sentavam e se acomodavam. E o melhor: todos concordavam com aquilo, ninguém reclamava do tempo dedicado a essa gentileza. Eu me pergunto: quando vamos chegar a esse nível de civilidade??? 

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