domingo, 28 de dezembro de 2014

Grécia – que país é esse?!

Se algum dia, me fosse dada a chance de viajar a apenas um único país, durante toda a minha vida, eu escolheria a Grécia, sem sombra de dúvida. Não estou dizendo que é o melhor país do mundo, mas, certamente, um dos mais interessantes! Quem gosta de História pode me entender. É muito bom ver, ao vivo, tudo aquilo que a gente estudou no colégio! 

Atenas

Lá, eu senti o tal "mal de Stendhal" - os sintomas são palpitações, falta de ar, crises de choro, pressão alta... tudo em função do excesso de beleza. O poeta sentiu isso quando esteve em Florença, pela primeira vez.

Acredito que a Grécia está no imaginário de qualquer turista, assim como esteve no meu, por muito tempo! É que eu adorava as aulas de História Geral e Cupido, Troia, Sócrates, Édipo alimentaram a minha imaginação. Aos poucos, fui construindo o desejo de conhecer a terra de Onassis - aquele armador grego, baixinho, bem diferente do que imaginamos quando falamos em deuses gregos.

Quando esse desejo já estava bem estabelecido, uma noite, voltando para casa, recebi um telefonema da minha amiga Corina, perguntando se eu não gostaria de ir à Grécia. Falei que daria a resposta no dia seguinte (depois de fazer umas contas), mas já cheguei em casa decidida: mamãe, vou à Grécia!

No dia seguinte, falei com minha chefe, que é uma pessoa apaixonada por viagens e sabe que viajar é mais importante que muita faculdade. Ela me liberou na hora e fui providenciar a passagem. Corina embarcou dois dias depois para Londres, a trabalho, e quatro dias depois, eu embarquei. Combinamos nosso encontro no Heathrow, um dos aeroportos mais movimentados do mundo. Nosso voo seria dali a duas horas de um terminal diferente do que eu havia chegado e teria que correr para não perder o voo. Corina já deveria estar no embarque. Levei mais de uma hora para chegar lá. Tive que pegar um ônibus de um terminal para outro, peguei várias esteiras rolantes, subi e desci várias escadas rolantes, um caos. Enfim, encontrei minha amiga. O encontro foi uma verdadeira festa. Primeiro, porque tínhamos nos encontrado. Segundo, porque iríamos á Grécia!


                 Corina e eu há alguns anos - parceiras de muitas viagens

Desde então, foi uma alegria só. Rimos por toda a viagem. Tudo era muito engraçado. Ou a gente estava muito feliz. A começar pelo avião da companhia aérea grega. Ele tinha quadros pendurados na paredes! Eu acho que nunca vi nada assim....

Chegamos a Atenas 11 da noite, sem nada reservado. Pedimos uma informação sobre hotel no aeroporto e pegamos um táxi. O motorista corria muuuuuuuito, assim como todos os outros, como constatamos depois. E, detalhe: eles vão pegando os clientes pelo caminho...é só levantar o braço! Finalmente, chegamos ao nosso hotel: era péssimo, assim como o recepcionista: um grego típico de cabelo desgrenhado, rústico, digamos. Mas nós estávamos tão cansadas e tão felizes, que resolvemos ficar por ali, mesmo. Pelo menos a localização era ótima, bem no buchicho - o bairro de Plaka, ao pé da Acrópole.




No dia seguinte, acordamos cedo e seguimos para o cartão postal da cidade: a Acrópole - a pé. Incrível ver aquilo tudo de perto! Apesar de todo o calor que fazia - estávamos no mês de junho - a identificação com a cidade foi imediata. Tratamos de comprar logo uma roupa - calça de blusa de algodão, brancas - que eles usavam. E quando vestimos, éramos duas gregas. O povo até nos pedia informação!

Acrópole - o Parthenon foi construído em homenagem à deusa Atena, protetora da cidade, há mais de 2500 anos.
Cariátides - as originais estão no pequeno museu da Acrópole
Atenas vista do alto


                                                   Corina com Atenas a seus pés

Corina e eu em meio à restauração do monumento
Enquanto estávamos na alturas, embasbacadas com a vista da cidade, o museu e as cariátides, alguém abriu a minha bolsa e tirou a minha carteira com dinheiro e cartões. Só descobri quando descemos e fomos almoçar num dos restaurantes ao pé da Acrópole. Quando fui pagar, cadê a carteira? Ainda voltamos para ver se tinha esquecido numa lojinha, mas não encontrei nada. O resto da viagem foi viabilizada pela minha amiga Corina. Quando chegamos, acertamos as contas. 

Naquele ano, 2001, a Grécia estava se preparando para as Olimpíadas e perdemos de ver o Museu Arqueológico, que é o mais importante do mundo, no gênero. Ele estava sendo restaurado, assim como muitos monumentos da cidade. Caminhamos muito por Atenas e percebemos uma cidade moderna, com suas avenidas largas, arborizadas, seus bares fervilhando, repletos de turistas e locais - os gregos adoram sair à noite e celebrar a vida!

Corina e um incrível por do sol em Santorini
Quatro dia depois, rumamos para Santorini, uma das duas mil ilhas do país, cada uma com seus encantos. Não dá para dizer qual a melhor, a mais bonita...

                                                       lá, tudo é branco e azul


                                                    a chegada em Santorini

Passar alguns dias em Santorini, uma das mais badaladas entre as centenas de ilhas do país, é uma necessidade da qual só se tem ideia depois de ter ido lá. Num extremo, estão as praias de areias vulcânicas da vila de Kamari, onde as pessoas passam o dia “lagarteando”, todas em busca do bronzeado perfeito, sem marcas de maiô ou biquíni, para exibi-lo à noite, no outro extremo da ilha: na capital, Fira, onde acontecem as intermináveis e animadas noites de Santorini, onde o grande barato é ver o pôr-do-sol num dos românticos restaurantes de frente para o vulcão e dançar sobre as mesas, nos animadíssimos bares da vila, até o dia amanhecer.
Chegávamos no hotel por volta das 7 da manhã, mas não perdíamos muito tempo dormindo. Às 11, já estávamos indo à praia.


                                                         paisagem dos deuses!


                        nas águas geladas do mar Egeu - cadê o povo?

Depois de Santorini, seguimos para Mikonos - outra ilha, das mais concorridas, nos meses de julho e agosto, auge do verão. Nessa época, a ilha lota de gente que chega de todos os lugares do planeta em busca de sol e diversão. É também um paraíso gay, o espaço mais liberal e democrático para gente de todos os sexos, destino obrigatório para quem quer conhecer a verdadeira liberdade. Chegamos a pedir informação para ir a um espaço hetero! Graças a Deus, conhecemos uma alemã que nos deu uma dica: Scandinavian - bar, restaurante, danceteria.


                                            na night de Mikonos

Nas praias de Paradise, Super Paradise e Eliá, banhadas pelo geladíssimo Mar Egeu, turistas de todas as idades, tamanhos, cores e religiões passam o dia a confraternizar, a festejar, a agradecer aos deuses do Olimpo a dádiva que é estar vivo e naquele paraíso.  Na Grécia, não existe “praia de nudismo”. Em qualquer uma é possível tirar a roupa, sem que ninguém se sinta ofendido – a tal da democracia em estado bruto! Confesso que fiquei meio assustada com tudo aquilo que passava por mim... mas logo me acostumei.


                      Corina devidamente adaptada à Paradise Beach

Assim como Mikonos e Santorini, outras ilhas igualmente belas e divertidas pontilham o Mar Egeu: Creta, Rodes, Paros, Ios, Milos, Kos são algumas das mais procuradas no verão, período em que elas “funcionam”. Definitivamente, uma infinidade de opções que mais confunde do que esclarece na hora da escolha. Escolher, mesmo, só a época: a segunda quinzena de junho é perfeita. Julho e agosto, altíssima temporada. O resto do ano, o sol não é garantido. E no final do ano, as ilhas "fecham".



                                            as ruas de Santorini


                                                 salada grega



Na volta, pegamos um voo de Mikonos para Atenas, outro de Atenas para Londres e por fim, um de Londres para São Paulo. A viagem foi inesquecível. Apenas o contratempo do roubo da minha carteira. O sol brilhou todos os dias, a diversão não tinha fim. E pra fechar com chave de ouro, o nosso voo pra São Paulo estava lotado e tivemos que voltar na primeira classe. Os deuses estiveram do nosso lado todo o tempo!
Uma dica para quem está pensando em conhecer o país: só viaje acompanhado se estiver apaixonado. Geralmente, quem vai a Grécia está em lua de mel ou em busca de. Portanto, as possibilidades de apaixonar por lá são muitas! E viver um romance num país como esse é garantir o melhor souvenir que se pode trazer de uma viagem.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Destino: ócio!

Quando fiz 50 anos, meu marido me deu o melhor presente que eu poderia ganhar: uma viagem. Era fevereiro de 2012 e, cansada com o ritmo de trabalho daquele ano, ele escolheu um destino que eu recomendo para quem quer, apenas, descansar: Punta Cana, na República Dominicana.
um verdadeiro paraíso

convite explícito ao ócio
Nessa época, eu morava em São Paulo, e vivia suspirando por uma praia... desejando a melhor, a de areia branquinha, de águas azuis ou verdes, transparentes e mornas, e contornada por um imenso coqueiral. Esse era o meu eterno sonho. E como João Miguel tem o dom de ler meus pensamentos e adivinhar os meus desejos, não teve dúvida: deixou-se seduzir pelo folder que prometia o paraíso na terra!

de pernas pro ar, em Punta Cana
E lá fomos nós para aquela aquela ilha dividida em dois países - Haiti e República Dominicana - que lidera a lista de paraísos possíveis no planeta terra.
Não é à toa que mais de 2 milhões de turistas passam por aquelas areias brancas, todos os anos. São casais em lua de mel, com filhos pequenos, na terceira idade, famílias inteiras, todos em busca das promessas de folders e pôsteres de divulgação. O azul turquesa do mar do Caribe e o sol sempre a postos são a isca perfeita para europeus, americanos e brasileiros ávidos por sol e em busca de tranquilidade. E poucos escapam dessa estratégia. Mas, sejamos sinceros, eles não exageram em nada. Punta Cana supera todas as expectativas. Por isso, o combo mar perfeito + sol garantido + sossego é tão requisitado.



Saímos de São Paulo às 14 horas e chegamos a Punta Cana às 18 - 2 horas a menos no fuso horário – a tempo de tomar um banho e escolher um dos restaurantes do resort para jantar. No dia seguinte, a programação era lagartear nas cadeiras à beira-mar, saborear os drinques coloridos servidos na praia do hotel e mergulhar nas incríveis águas cristalinas que banham o Caribe.




Os 8 quilômetros de areia branquinha emoldurados pelo coqueiral abundante impressionam. Mais de 40 resorts e hotéis 5 estrelas, que trabalham com o sistema all inclusive, oferecem spas, restaurantes japoneses, franceses e italianos, lojas exclusivas e até um cassino. Mas, para ser feliz, o hóspede nem precisa sair do hotel. A não ser que queira fazer os passeios que as agências de turismo locais oferecem. Nadar com golfinhos é um deles. O Dolphin Island Park é o endereço desses encantadores e inteligentes bichinhos. O lugar reúne piscinas naturais e quem tem coragem também pode se arriscar a chegar perto dos tubarões e das arraias. Mas eu nunca quis nadar com golfinhos, arraias e muito menos, com tubarões. Eu fui para Punta Cana para quarar sob o sol, dormir, comer e beber! Mas não pude resistir quando li sobre Saona. Trata-se de uma ilha preservada, que pertence ao parque Nacional del Este. Cenário cinematográfico, foi lá que gravam partes dos filmes Lagoa Azul e Piratas do Caribe.






A impressão que tive em Saona foi a de que o mar de lá tinha um azul mais intenso, era mais transparente, mais incrível! O passeio valeu, mas foi o único que fizemos. Também existe a possibilidade de ir à capital, Santo Domingo, que fica a 3 horas de ônibus. A cidade foi fundada pelos espanhóis em 1945 e exibe algumas relíquias da arquitetura da época. Dizem que quem visita a cidade costuma se surpreender. Mas também achei que Santo Domingo podia esperar. Durante 8 dias, exerci o meu direito ao ócio, festejei meu aniversário fazendo absolutamente nada. Apenas, observando a natureza, dormindo, comendo, bebendo e namorando. Tem coisa melhor?